sexta-feira, 19 de abril de 2013

UM FAZER PEDAGÓGICO : Teoria e Prática- DESAFIOS E CONTEMPORANEIDADE



UM  FAZER  PEDAGÓGICO: Teoria e Prática
DESAFIOS E CONTEMPORANEIDADE
Se há algo que tem preocupado por demais aos pais , professores,  alunos ,dirigentes e comunidade em geral é a situação da educação  e de algumas escolas em particular, que definham frente às novas exigências de uma educação mais engajada; a tão sonhada qualidade que tem sido proposta,  tem angustiado a todos ,ora nos empurrando para a frente, ora para traz no afã de encontrar possíveis soluções nesta busca incansável ,traz novos desafios e novos paradigmas ,uma nova visão de mundo que seja capaz de estabelecer novas relações parceiras ,para juntos construirmos a escola que tanto queremos.
Não dá para continuarmos brincando de escola , fazendo de conta que a referida é um universo à parte,  sendo  capaz de resolver os problemas do mundo atual. O contexto em que a escola esta inserida é possuidor de variáveis que interferem no processo educativo chegando a determinar o comportamento de aprendizagem de quem ensina e de quem aprende, portanto ,torna -se necessário que rompamos com as quatro paredes da escola e busquemos conhecer a realidade do aluno , estabelecendo parcerias, formando verdadeira aliança capaz de edificar uma nova sociedade.
O PPP – Projeto Político Pedagógico da Unidade de Ensino revela quais as verdadeiras intenções da comunidade escolar , no entanto , a grande dificuldade que se tem encontrado em viabilizá-lo é a falta de compromisso por parte de quem contribuiu na sua própria construção,  fugindo da sua responsabilidade  ,portanto , o projeto torna-se um documento ineficaz pela não aplicação e acompanhamento. A construção de novos pilares dará sustentação  necessária ,respondendo com atitudes modificadoras o que modificará substancialmente a prática educativa.
Se falou e vivenciamos durante muito tempo o chamado currículo oculto ,sobretudo na didática tradicional até porque nos idos dos anos sessenta e setenta , o regime autoritário não permitia vislumbrar a construção de uma sociedade democrática, portanto , o currículo que sempre fora prestigiado  e reverenciado era os que estavam no rol das disciplinas  que forçosamente teríamos que decorar .Outrossim ,o currículo pleno cede lugar aos apelos dos novos tempos ,respiramos um novo ar , o ar da liberdade, conquistada a duras lutas o que oxigenou o debate nacional.
A escola e a educação também vive das tradições do ensino , mas mesmo aquelas que são mais atentas sofrem com as possíveis mudanças,  que decorrem dos  novos tempos , principalmente no que diz respeito ao quadro de profissionais que dela fazem parte ;  acompanha, colabora com o seu crescimento acumulando experiências , vivências calcadas em determinados fundamentos , objetivos, focados em determinadas metas que levaram em consideração realidades desafiadoras que exigiram por vezes atitudes mais dinâmicas e cientificas.
A escola do futuro tem que acordar para o que já é uma realidade, ou seja , estamos  em plena era tecnológica , o que tem permitido uma maior gama de informações e rapidez. Essas informações tem chegado até os nossos alunos em tempo real e virtual o que dá uma dinâmica nova e enriquecedora ,exigindo do profissional de educação um maior preparo inclusive na atualização e o domínio dos conteúdos,  do contrário o domínio de sala de aula está seriamente comprometido.
Construir esta  escola do futuro  implica em estarmos voltados , atentos  mais ainda para o caráter cientifico da disciplina ,do ensino na construção do saber ,da relação ensino e pesquisa que são indissolúveis.
Nos últimos anos a educação brasileira tem dados passos consideráveis , mas ainda muito distante de resolver os seus crônicos problemas. Temos avançado a passos lentos valendo destacar a criação dos PCNs. – Parâmetros Curriculares Nacionais e as Avaliações de Desempenho em todos os Níveis .Ter um novo olhar para a educação  é necessário, como necessário tem sido a coragem e porque não dizer a ousadia a auto critica para assim firmar um propósito nacional de superação dos baixos índices apresentados .
O sIstema avaliativo imprimido pelas instâncias superiores  , chegou em boa hora , dando um caráter científico à avaliação de desempenho trazendo indicadores que serviram de subsídios, que possam serem aproveitados no cotidiano escolar , no seu fazer pedagógico. Acredito que a maior dificuldade encontrada na viabilização de resultados é  naturalmente na falta de domínio do conhecimento científico da disciplina,no  direcionamento pedagógico , nas suas proposições e  formas de controle , acompanhamento  nas diversas atividades desenvolvidas no interior da escola , vezes sugeridas pelos professores e que não encontram efetivo apoio dos dirigentes  escolares.
Nada que não possa ser superado com vontade própria, consciência  , compromisso , e efetivo apoio dos órgãos auxiliares das Unidades de Ensino.

domingo, 31 de março de 2013

O ENSINO DE HISTÓRIA E A SENSIBILIDADE

O ENSINO DE HISTÓRIA E A SENSIBILIDADE

Nos parece contraditório,.no entanto,não o é ,o tema acima proposto é fruto de preocupações cada  vez maior dos pedagogos ,em encontrar uma maneira mais efetiva de ensinar a história de forma mais motivadora.Como educar para a sensibilidade? A história pela sua natureza é fruto das relações humanas e delas com o meio,portanto,o ser sensível é inerente aos indivíduos construtores da história.que são capazes de perceber o mundo concreto,real,objetivo.
É esta história de humanidasdes que nos faz crer em ações concretas, em  edificar uma sociedade, uma educação e um ensino cada vez mais livre,responsável e ético, no sentido de construir este homem novo,ou seja ,o cid\dão de hoje e do amanhã.
Durante a maior parte do tempo e chegando aos nossos dias, a educação sempre esteve ligada  privilegiando os velhos conceitos: de que educar é tornar o educando capaz de resolver problemas matemáticos,memorizar conteúdos ou resolver situações inesperadas.A razão,o raciocínio,a cognição empregados em detrimento de qualquer outra dimensão humana,naturalmente isto decorre da maneira como se enxergou o indivíduo em todo o seu processo  histórico.Aliada a esta questão destaco salientando que no Brasil e porque não dizer na América Latina como um todo vivenciou-se durante muito tempo o endurecimentodo do regime e/ou dos regimes políticos que engessaram o Ensino de História e porque não afirmar  também das Ciências Humanas,portanto,gerou toda uma geração acrítica,perdendo a perspectiva do real e do sensível, tornou-se na verdade sem humanidades, o principal caráter da Universidade e do Ensino de História foi severamente prejudicado.
Na verdade ao propormos a reflexão sobre o" Ensino de História e a Sensibilidade" é de fato um esforço do conjunto da sociedade brasileira ,em resgata-lo ,tirando-o do verdadeiro ostracismo em que ficou enclausurado na caminhada dos povos latino-americanos.
Diante do grande desafio que é ensinar história temos que ressignificá-la, reescrevê-la,para tanto,precisamos perceber toda a sua importância na construção do saber responsável ,pois temos em mãos todo um legado que será deixado para as gerações futuras e que poderá perpassar todas as épocas ,marcando e ponteando o palmilhar da caminhada dos povos.
Levar o educando a vivenciar o ensino de história é a maneira mais motivadora que reconhecemos, até porque não basta teorizar a história ,necessário se torna uma prática da história que atenda os atuais anseios da juventude, ávida do conhecimento significativo e consequente, capaz de contribuir com a construção de uma nova sociedade ensejada pela paz e a justiça.
Discorrer sobre fatos reais é importante,  muito melhor é desnudá-los para na sua transparência conhecê-los,retê-los e modificá-los no que for necessário , ressaltar o que fôra construído pelo nosso passado é de igual importância quando percebemos  que certos valores devem ser preservados se constitui também no papel da história em nossas vidas.
Fazer uma educação que contemple a sensibilidade do educando é torná-la o mais real possível,portanto, objetiva e concreta,dotá-la de um carater científico que lhe é peculiar, não perdendo de vista a pesquisa como  principal veio na busca da verdade  e do fato histórico
Trabalhar a sensibilidade passa necessáriamente pelas questões afetivas e de identidade do educando ,ambas têm o poder de envolvê-los , que na maioria das vezes determina a aprendizagem.Portanto envolver é trazê-los eficazmente para o círculo da aprendizagem é fazê-lo se apaixonar vivamente e intensamente pelo aprender, pelo conhecer a história.
A afetividade é o principal substrato do indivíduo em construir as suas ações modificadoras por isto merece toda a nossa atenção e antes de qualquer coisa o educador deve descobrir que este indivíduo que se propõe a aprender é um indivíduo que tem livre arbítrio principal ingrediente na aprendizagem pós-moderna ,aprende-se o que lhe convem e/ou mesmo de decidir em não aprender.
Só podemos dimensionar e entender o que acabo de escrever se nutrirmos um intenso amor pela vida e pelo ser humano ,do contrário terá sido tudo em vão.Mas tenha a certeza que o que existe de mais nobre no ser humano são os seus sentimentos,pois,enobrece e deixa transparecer as maiores e melhores virtudes ,é o que nos faz sentir e viver a nossa real dimensão do ser Homem.

domingo, 22 de julho de 2012

RAÍZES DO CORONELISMO NOS SERTÕES
Não temos como nos pronunciar sobre esta temática, tão distante e ao mesmo tempo tão próxima de nossa realidade atual,sem antes buscar entender as razões históricas pelas quais o nosso país passou,levando à formação deste fenômeno que não é meramente político e econômico,mas também social tendo influenciado a cultura nordestina até os nossos dias.
A ocupação territorial brasileira foi decisiva em estabelecer uma visão medíocre,porque não dizer “ ranzinza “ de colonizar,em atender anseios e interesses de uma monarquia absolutista calcada num modelo agroexportador,fundamentado na posse da terra e de quem nela vivia.
A origem da relação do homem com a terra no Brasil é précabralina,ou seja, antes de Cabral,havendo fortes indicadores de que os ameríndios conviviam de maneira harmoniosa com a mesma.
.Com a vinda dos colonizadores esta relação passa a mudar substancialmente,tanto no modo,meios e força de produção utilizados ,trazendo consigo uma herança de 500 anos,alicerçada na grande propriedade;adotando o sistema de capitanias hereditárias,que consistia em divisão do território com dimensão desconhecida,que se iniciava no litoral e rumava para o interior,para os confins.Os donatários por sua vez concedia “sesmarias”,ou seja lotes de terras que chegavam a oitenta,cento e sessenta,duzentas léguas de terras.
Com o advento da república e a abolição da escravatura no final do século XIX , se constituíram em grandes esperanças de mudanças na qualidade de vida das pessoas ,no entanto,não ocorrera ,não conseguiram atender os anseios,as expectativas dos brasileiros.Frustrados continuaram a vivenciar os desmandos, dando lugar ao modelo arcaico de supervalorização da propriedade da terra .As fazendas se multiplicaram,agora não só no cultivo da cana de açúcar mas também do café e mais tarde do cacau.
Nas três primeiras décadas do século XX,o nosso sistema político-econômico esteve alicerçado essencialmente na atividade do campo,no cultivo agrícola e na criação de gado.Com ela toda herança histórica e de uma cultura social criada a partir da visão colonizadora e eurocêntrica.
A propriedade se constituiu não apenas num bem,em riqueza, mas em privilégio de alguns,de uns poucos,formando verdadeiras oligarquias fundiárias que perpassaram todas as épocas ,ainda presente em nossos dias .Que a terra é uma riqueza é inquestionável o que preocupa na verdade é o seu uso ,a que se destina?Se tem de fato proporcionado aos trabalhadores rurais a sua permanência no campo,se tem motivado os filhos dos filhos a continuarem como agricultores.


Os donatários em suas capitanias e cercanias eram imbuídos de plenos poderes,exerciam a justiça,julgando e condenando;exploravam os recursos naturais em toda a sua dimensão,faziam apresamento de índios e negros escravizando-os;cobravam e pagavam altos impostos a realeza;tinham a sua própria milícia para defender a propriedade,sua família e agregados,em síntese,estamos diante dos “donos da terra e do poder”.
A situação de injustiça social estabelecida nas raízes do Brasil-Colônia,passou pela monarquia chegando até a república .Situação esta agravada no percurso da história pelos desmandos exercidos por donatários,bandeirantes e fazendeiros.A pobreza,as péssimas condições de vida do homem do campo favoreceram o surgimento de movimentos rebeldes ,sejam dos negros que fugiam das senzalas a formarem os Quilombos,o Cangaço e a Guerra de Canudos.
É neste contexto que surge a figura dos coronéis nos sertões fazendo parte de toda esta historicidade ,encarnando toda esta visão de mundo ,em que possuir o latifúndio era fundamental para o exercício do poder e para tanto não mediam esforços para consolidar a sua posição nas localidades em que viviam,era essencial mandar,ser respeitado,gozar de prestígio,ser detentor da riqueza, era a garantia da sua família e agregados para tanto cometiam verdadeiras arbitrariedades arrodeado de jagunços,capangas e vaqueiros desenvolvia as suas atividades econômicas ;na falta de uma milícia oficial e ordenanças, era conferido a “patente de coronel” que lhes dava direito de praticar a justiça chegando a cometer abusos se utilizando dos serviços de jagunços e pistoleiros, a depender do caso.
Quase sempre as províncias,vilas,vilarejos e povoações surgiam nas mediações das grandes fazendas ,base de sustentação, em função das atividades econômicas desenvolvidas e do controle do uso da água escassa nos sertões, principalmente os chamados “Olhos D água”estabelecia-se assim uma relação de dependência de todos para com o coronel, ordenava a vida de todos e da própria vila influenciava fortemente a política local obrigando a todos votarem nos seus candidatos,ou seja, o voto era encabrestado.
Nos idos de l930,interessado em estabelecer sua hegemonia política no sertão nordestino o Governo Getúlio Vargas declarou guerra contra os movimentos de rebeldia e dos coronéis que tinham verdadeiro poder de mando,de forte influência no meio político,de inclusive de nomear e demitir funcionários na esfera dos governos.
Diante de toda a perseguição aos coronéis de patente,assim conhecidos,sobreviveu nos sertões famílias tradicionais, com elas suas histórias de poder ,opulência e influência nas localidades onde se encontram sediadas ,os seus sobrenomes destacam-se,são referências e delineadoras da política,da economia e da cultura de cada cidade e/ou micro região,valendo destacar no lado Pernambucano: Novais e Ferraz (Floresta),Pereira e Carvalho (Serra Talhada),Bemvindos e Gonçalves (Belém de São Francisco),No lado Alagoano: Torres (Água Branca),Malta e Brandão (Mata Grande),Medeiros (Poço das Trincheiras ),Rodrigues (Piranhas),Ribeiro(Palmeira dos Índios ),No lado Paraibano: Pereira (Princesa Isabel),No lado Bahiano: Horácio de Matos,Franklin Albuquerque,Militão,Marcionílio Donca Machado,Garcia D avila,Guedes de Brito (Recôncavo Bahiano),Brancos e Morenos na cidade de Chorrochó.

terça-feira, 24 de maio de 2011

TRATADO DA CIÊNCIA


Diante de certas afirmativas deixa transparecer que alguém é detentor de um dado conhecimento,está cônscio, é está ciente de,portanto, é conhecedor de uma realidade,ou seja,alguém apoderou-se de uma verdade.
À ciência interessa o que ela pode comprovar, experimentar,constatar, para tanto lança mão da pesquisa, no afã de explicar uma realidade,assim sendo, lança dúvidas como forma de desafiar a própria busca da verdade.
O que existe fora de nós são objetos,coisas e o conhecimento estas realidades podem ser consideradas como verdades.
Certamente a demarcação entre o conhecimento científico e a metafísica é a contemplação das culturas e o contexto histórico específico.
Partindo do princípio que existe tipos de conhecimentos, concluímos que o conhecimento dito vulgar e/ou empirista se detêm no que é manifestável, ou seja, externo, visível mais centrado nos órgãos dos sentidos, sendo eles uma construção meramente fisiológica, percebendo apenas determinados estímulos provocando assim uma distorção no ato de conhecer.
Karl Popper ressalta a importância do método científico como forma rigorosa e precisa de chegar ao conhecimento, portanto, o marco divisório do que é científico e não científico é a aplicação do método, pois, é ele que dará credibilidade aos resultados da investigação.
A indução realiza um caminho oposto ao da dedução.Com a primeira partimos de coisas particulares iguais ou semelhantes e procuramos a lei geral a definição geral ou a teoria geral que explica ou subordina todas essas casos.
A dedução parte de uma verdade já conhecida,que funcione como um princípio geral no qual se subordinam todos os casos que serão demonstrados a partir dela.Vai do geral ao particular ou do universal ao individual.
O conhecimento a busca de uma explicação plausível a constatação de uma verdade deve passar pelo crivo da razão, assim defende o racionalismo, pois, ela denota a capacidade explicativa é por isso que o homem ser racional deseja ouvir,observar, experimentar para poder melhor descobrir a trama das coisas.A razão é a vontade da compreensão e da visão total.
Consideremos a razão como a essência do real tanto natural como histórico. Sustenta a primazia da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar em relação ao sentimento e a vontade, de maneira tal que somente a análise lógica a razão pode propiciar o desenvolvimento da análise científica que são instrumentos puramente teórico e dedutivo.



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

GUERREIROS EM ARMADURAS DE COURO

O processo de colonização no Brasil só iniciou-se a partir de 1530 com a vinda dos fidalgos portugueses, agraciados com as capitanias em que os donatários detinham plenos poderes se constituindo na verdade em pessoas poderosas, em decidir os destinos das capitanias, exercendo a justiça, arrecadando impostos, concedendo sesmarias, explorando os minérios de aluvião e em praticar a preação de indios,ou seja, apresamento para satisfazer o modelo escravista em vigor,mais tarde consolidando-se com o tráfico negreiro,modelo desumano de utilização da mão de obra, em que o mesmo era visto como propriedade do seu senhor.
Inicialmente a colonização e consequente ocupação do território nordestino,em particular da Bahia, se deu pelo litoral, satisfazendo o ímpeto do modelo agro-exportador empreendido pela metrópole portuguesa, as capitanias passaram a cultivar a cana-de-açúcar, pois, tinha uma boa aceitação o açúcar dela derivado,ou seja, existia um mercado consumidor certo, alcançando excelente preço no comércio europeu tornamdo-se, assim , " o rico ouro branco " atendendo os interesses mercantilistas e de acumulação de riquezas, se constituiu no primeiro grande ciclo econômico do Brasil - Colonial submetido a corôa portuguesa logo sentiram outras necessidades à exemplo da criação do gado bovino, que lhes -iam dá suporte como uma atividade secundária , mas não menos importante, pois , oportunizará não só o desenvolvimento do cultivo da cana, utilizando-se do gado como meio de transporte, como tração animal, fornecimento de carnes para alimentação e o comércio de peles,ou seja, do couro.
As primeiras cabeças de gado que chegaram à colônia foram trazidas pelo então governador geral Tomé de Souza, em numero de doze reses, com a finalidade de apoiar o cultivo da cana-de-açúcar.
Com o passar dos anos o rebanho irá paulatinamente aumentando mostrando-se inviável a sua criação e manejo junto aos partidos de cana. Isto irá possibilitar o processo de interiorização da colônia, pois, além disto as pastagens naturais eram abundantes, não atrapalhando o cultivo da cana-de-açúcar em nenhum dos seus momentos em que era processada.
O conhecimento do interior será cada vez maior, alargando o território com a presença dos colonos e consequente ocupação, redesenhando o espaço físico-geográfico ,delimitando limites e fronteiras dos sertões possibilitando um comércio cada vez maior e próspero, os " velhos currais " irão cedendo lugar para o surgimento das primeiras povoações,vilas, vilarejos,províncias que mais tarde tornar-se-ão cidades.As feiras de gado eram de fato o elo de ligação entre os currais e as povoações que surgiam à exemplo de grandes polos comerciais e industriais do presente ,tais como: Feira de Santana (Bahia), Caruaru (Pernambuco) e Campina Grande na Paraiba.
O cenário dos sertões se modificará ao longo dos tempos, pois, a perseverante criação do gado dará oportunidades de enriquecimento e sobrevivência de muitos, fazendo surgir também e principalmente, uma " civilização corácea ", do comércio de peles que será fartamente utilizada na confecção de celas,arreios,viseiras,peitorais,calçados, perneiras blusas e chapéus de couro ,que irão compor a indumentária da figura humana do vaqueiro e do seu cavalo, ambos predispostos ao trabalho heróico de vaquejar o gado , juntos se responsabilizam pelo o zelo,os cuidados e o seu manejo ,tornar-se-ão verdadeiros guerreiros em suas armaduras de couro à correr pelas caatingas à enfrentar os cactus, os xique-xiques,mandacarus, coroas-de-frade o rasga gibão.
Eis,o grande responsável pelo crescimento do rebanho, prontos para pastorear o gado imprimindo de maneira destemida os cuidados necessários para sua integridade, o vaqueiro, nas trilhas de gado, faz ressoar no seu aboio uma quase oração, só entendida por ele e a própria rês,neste caminhar vale ressaltar que de sertão adentro o Rio São Francisco " o velho Chico " tão carinhosamente chamado e conhecido pelos ribeirinhos, deu lugar durante muito tempo às trilhas de gado e pouso de boiadas.
O vaqueiro, esta figura mítica e quase lendária que povoa os sertões,associado a utilização do couro o seu comércio e manejo do gado, fez surgir hábitos e costumes tornamdo-se, uma referência identitária para o nordeste.Nasceu como um segmento social livre de um povo mestiço,caboclo que se apaixona e se dá conta do seu existir.
Se não existe caatinga e nem gado, o vaqueiro também não , resta-nos as vaquejadas e as pegas de boi no mato para celebrar o que outrora era comum no sertão. Neguemos a extinção !!!
Por tudo que o vaqueiro representa é merecedor do reconhecimento popular, mas carece que as entidades culturais responsáveis pela memória histórica, se debrucem sobre esta questão no sentido de preservar e tomba-la como patrimônio imaterial da história nordestina e brasileira.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PRÉ - HISTÓRIA (EVOLUCIONISMO)

Este tema é por demais importante, envolvente e apaixonante, abordá-lo exige do estudioso da história um poder de análise e síntese mais também de grande poder de empatia, em se colocar no lugar do outro, para sentir de perto todo o dilema vivido pelos hominídeos de 4 milhões de anos atrás quando tudo se originou numa verdadeira genesis.
Vejo o homem inicialmente dominado pelo o medo, atormentado pelas grandes mudanças climáticas, pelas imtempéries e glaciações polares, de uma natureza em formação que se agigantava perante si;se constituindo num desafio a ser superado, a mente deste primata que não conseguia explicar e desvendar os mistérios por ele vivido, dependia de um ordenamento lógico capaz de fazê-lo acreditar na sua superioridade perante os demais seres vivos.
O dom , a aptidão e mesmo o grande poder de adaptação deste hominídeo é impressionante, à medida que o tempo passava ele testemunhou as mudanças, as modificações da natureza física e na sua capacidade, potencialidades, racionalizou evoluindo juntos, buscando atender as suas necessidades de então.
O Paleolítico Inferior foi marcado por uma vida nômade,portanto, migravam constantmente buscando sobreviver, uma vez que não produziam nada,dependiam do que a naturêza tinha a lhes oferecer viviam da coleta e da caça sendo assim extrativistas. As cavernas se constituíram no lugar seguro para se protegerem das frias noites de inverno e dos ataques dos animais selvagens,famintos à busca da presa.
O Paleolítico Superior caracterizou-se por grande avanço na escala evolutiva deixando de lado aquela vida nômade,pois, o homem de agora já cansado de tantas incertezas ,buscou o equilíbrio , a estabilidade, um novo modo de viver, resolvendo criar a primeira instiuição social: a família,para tanto, fora necessário garantir o sustento, criou a primeira propriedade particular, cercou um pedaço de terra para cultiva-la garantiu-lhes a sedentarização, realizou a primeira revolução da história: a agrícola, utilizando os mananciais de água disponíveis, construindo a sua casa atendendo assim as suas necessidades básicas: de procriação,segurança e alimentação. Fora lançado neste momento histórico as bases do crescimento e do desenvolvimento material da sociedade futura, impulsionando-o à atitudes cada vez mais ousadas que repercutirá mais tarde na formação e na consolidação do Estado,pois,a formação de grandes conglomerados humanos às margens dos grandes rios tornaram as relações mais complexas exigindo a formação de uma estrutura de governo, sob a liderança de alguém em que podessem estabelecer uma relação de confiança, que fosse capaz de comandá-los nas guerras e conquistas.
O domínio de novas tecnologias,deixa de lado a pedra lascada e polida,remetendo-o ao uso dos metais sinalizando com mais propriedade os novos tempos, a fundição do bronze,estanho e do ferro modernizará a fabricação de peças e implementos agrícolas tão necessários no trabalho do campo e na produção de alimentos, associada a atividade agrícola estava a domesticação de animais fartamente utilizados como meio de transporte e tração animal,a aração da terra agora é feita com o arado de metal garantindo maior produtividade,sobrevivência e a continuidade das gerações futuras.
Contextualizando a pré -história brasileira,sendo ela mais recente,de l500 para traz,se constitui numa prova viva da sua existência,sendo ela um patrimônio humano histórico natural, merecendo a tutela do Estado,amparando-a,preservando os seus valores que tão bem identifica a nossa nação, a nação brasileira.
Apesar de todo o processo de aculturação,ou seja,de negação da nossa cultura,da perda de identidade,dos elementos culturais em prejuízo, sobrevivem ainda alguns grupos nativos, autoctones que conseguiram perpassar todas as épocas,mantiveram-se intocáveis por não terem tido contatos com a dita civilização.
Nos últimos vinte anos as pesquisas arqueológicas avançaram no Brasil, trazendo indicadores de que existiram a milhares de anos povos pré - históricos, pré- cabralinos, pré - colombianos que chegam a questionar a história acadêmica, de que o mais antigo homem das américas tinha migrado e entrando pelo norte do continente através do estreito de Berhing, portanto, teria vivido na América do Norte, no entanto, há grandes indícios de que viveu no Brasil, mas precisamente no município de São Raimundo Nonato, no Piauí. Esta afirmativa ainda divide os estudiosos e os acadêmicos que insistem em afirmar a partir de uma visão eurocêntrica, dominadora e colonizadora de que a primeira afirmativa é a verdadeira.
Vale destacar ainda, que a arte Marajoara é considerada e sinaliza como a mais avançada dentre os grupos étnicos e/ou nações indígenas do Brasil ajudando a desmistificar a idéia de que as Civilizações Astecas, Maias e Incas seriam isoladamente as nações mais desenvolvidas das américas, no entanto, a nação Marajoara desponta no horizonte com grandes qualidades culturais, que a coloca em um estágio civilizatório equiparando - a as grandes nações, o que a habilita a ser destacada no cenário da história não só brasileira mas também americana, recheando a historia evolutiva da humanidade.